Barack Raul Filho Obama: hã?

Foto: posse do prefeito reeleito de Palmas / Autor: Antônio Gonçalves/Prefeitura

No dia 1º último Raul Filho foi empossado como prefeito reeleito de Palmas (Tocantins, Brasil), o que me fez lembrar das dificuldades pelas quais ele passou no primeiro mandato e do quase místico mito e onipresente Barack Obama.

Todos que moramos em Palmas e acompanhamos minimamente a política da capital tocantinense temos uma idéia razoável dos motivos por quê o prefeito reeleito não foi muito bem junto à opinião pública durante seu primeiro mandato (especialmente a partir do final do primeiro ano até a campanha consagradora de reeleição). E dentre todos os motivos, um tende a ser subvalorizado pelos analistas: a expectativa.

Melhor explicando: a primeira vitória de Raul foi com uma votação mais do que expressiva, com forte apoio popular e gerou expectativas altíssimas junto a todos os setores da sociedade palmense. Também contou com o agravante de o final do governo de sua antecessora ter sido marcado por diversas ações infelizes, que fizeram com que os cidadãos aumentassem ainda mais suas esperanças em Raul Filho.

Matemática
Ora, altas expectativas + baixa probabilidade de atender a todas + os outros erros que sabemos que o prefeito cometeu = alta rejeição. E é aqui que entra o Obama.

Guardadas e respeitadas as devidas diferenças e proporções... Vou repetir para que fique bem claro pelamordedeus(!): guardadas e respeitadas as devidas diferenças e proporções, o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vive uma situação semelhante. Foi eleito com uma elevada expectativa, sucede um governo medíocre (diferente de Palmas, fez coisas erradas durante todos os 8 anos) e ainda tem um agravante de bônus: a famigerada crise.

Resultado, Obama pode vir a sofrer um período de "recessão" junto à opinião pública. Aliás, eu acredito que, passada a lua-de-mel, isso vá acontecer. Se vai permanecer? Acredito que não. As (vagas) semelhanças com o primeiro governo de Raul Filho terminam por aí.

Eles têm mais expertise, mais recursos e uma máquina de propaganda fenomenal. Mesmo assim, não custa nada fazer um DDI para Palmas e trocar umas figurinhas com o prefeito reeleito. No mínimo ele vai descobrir que, parafraseando seu bordão, nós também podemos!




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Comentários

  1. Uma análise interessante e verdadeira. Não pelo aspecto deste político em sí.

    Mas vemos que esse fator "expectativa" se manifesta sempre com políticos que se elegem em meio a uma grande empolgação popular.

    Um caso clássico foi o de Lula. Imaginaram que uma revolução aconteceria e que a nação seria uma maravilha após sua eleição.

    Contudo, o próprio PT rachou e partiu-se diante das frustrações normais de um sistema de governo estranho e que necessita de constantes "acertos" para que seja possível governar.

    Essa é mesmo a maior ameaça a Obama nos EUA.

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