Cultura: números para pensar

Já faz algum tempo tenho convicção de que investir em cultura gera grandes dividendos sociais. Mas, com raríssimas exceções, parece que nossos governantes ainda não entenderam isto.


Cinema brasileiro é exemplo de que incentivos ajudam - imagem via Revista Decifra-me

Recente pesquisa do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgada hoje pelo UOL, reflete o quanto os governantes desprezam a indústria cultural (menos a parte da "indústria" que a parte "cultural", é verdade). Pela pesquisa os gastos na área representam míseros (repetindo: m-í-s-e-r-o-s) 0,2% (para ficar mais claro: z-e-r-o v-í-r-g-u-l-a d-o-i-s p-o-r c-e-n-t-o) das despesas totais da administração pública nas três esferas (cidades, estados e governo federal). E no entanto a indústria cultural emprega, ainda segundo o IBGE, mais de 1,6 milhão de pessoas, cujo salário médio é quase 50% superior ao salário médio do país.

Luz no fim do túnel?
Mesmo assim parece que a situação não está completamente perdida. Embora os números do IBGE se refiram ao ano de 2005, outras informações divulgadas pela mesma pesquisa indicam que a tendência é de os investimentos culturais aumentarem. Comparando estes números, com os de 2003, por exemplo, verifica-se aumentos significativos no número de empresas, funcionários e investimentos públicos (sem contar os investimentos provenientes de renúncia fiscal, como os da Lei do Mecenato).

Além do mais, há muitas iniciativas interessantes Brasil afora. Basta dar uma rápida olhada no site Overmundo e perceber isto. Tristemente, a maioria destas iniciativas não conta com apoio, nem público, nem privado. Falha estratégica de governos e empresas, que acostumados a olhar apenas a curto prazo (eleições e lucros), deixam de aproveitar oportunidades magníficas de contribuir para divulgar ao Brasil e ao mundo os resultados de uma característica que o brasileiro tem de sobra: criatividade.

Para terminar, uma perguntal cultural: por quê será que o IBGE sempre entrega números com tanto atraso, hein?

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